MEIO
AMBIENTE
AGENDA
21
A FORMAÇÃO DA CIDADANIA E A EDUCAÇÃO
AMBIENTAL
A EDUCAÇÃO E O DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL
SAÚDE - UMA DEFINIÇÃO
PROMOÇÃO DA SAÚDE - CARTA DE OTAWA
PRESSÕES DEMOGRÁFICAS E SUSTENTABILIDADE
DEGRADAÇÃO HÍDRICA E RESÍDUOS
SANEAMENTO BÁSICO E SAÚDE
SAÚDE E MEIO AMBIENTE
"Conjunto de todos os fatores físicos, químicos, biológicos e socioeconômicos que atuam sobre um indivíduo, uma população ou uma comunidade"
Considera-se
ambiente tudo o que envolve e condiciona a vida e a existência, constituindo
o mundo e seu suporte material e espiritual para a vida biopsicossocial.
É o espaço onde se desenvolvem as atividades humanas e todas as
formas de vida e os recursos naturais, os quais se relacionam e interdependem
permanentemente.
Vivemos hoje numa autêntica e concreta emergência socioambiental
planetária, produto da contaminação, da degradação,
do esgotmento dos recursos naturais, da desgovernança, do crescimento
descontrolado da população, do desenvolvimento econômico
insustentável, das ações bélicas.
Isto é real e evidente, no global, no regional e no local.
Para
fazer frente a isto não há outro caminho que não seja a
informação, a educação, a organização,
a discussão, a mobilização e a ação.
Esta
agenda é na verdade um tratado internacional subscrito por todos os países
membros das Nações Unidas que têm por objetivo reverter
os efeitos degradatórios históricos e criar formas de sustentabilidade
planetária sem cercear o desenvolvimento econômico, tecnológico
e social – daí ser chamado de Desenvolvimento Sustentável.
A Agenda 21 é composta de 40 capítulos que servem como instrumento
para o tratamento de todos os aspectos que necessitam ser abordados para garantir
a sustentabilidade da presente geração e das futuras.
Em seu capítulo 36 define a responsabilidade do Estado na Educação
Ambiental e a participação dos setores econômicos, como
incentivar e promover o aumento da consciência pública, destacar
a importância da discussão e participação e criar
os meios de promoção, desenvolvimento e aplicação
dos conhecimentos de forma democrática e irrestrita.
A FORMAÇÃO DA CIDADANIA E A EDUCAÇÃO AMBIENTAL
Alguns capítulos podem resumir os fundamentos da Agenda 21 e do Desenvolvimento Sustentável:.
Capítulo
25:
A infância e a juventude no Desenvolvimento Sustentável.
a) Promoção do papel da juventude e da participação
ativa na proteção do meio ambiente e no fomento do desenvolvimento
econômico e social;
b) A criança no desenvolvimento sustentável.
Este capítulo menciona que a juventude representa 30 % da população
mundial e que esta deverá participar nas tomadas de decisões sobre
o meio ambiente e na implantação de programas para resultados
da Agenda 21.
Podemos promover ações para que isto seja possível, mas
antes necessitamos promover nossa própria responsabilidade entendendo
que essa juventude necessitará ser muito bem preparada já que
sua principal função será o futuro e a multiplicação
eficiente e consciente.
A incorporação da juventude para e na tomada de decisões
significa prepará-la nos conhecimentos teóricos suficientes sobre
os processos históricos e presentes dos conflitos socioambientais, causas
e efeitos, e na prática na análise e discussão coletiva
sistêmica e estrutural.
Em resumo, necessitamos primeiro preparar o cidadão em todo seu contexto
social e de sua relação com o meio, considerando-o como um ser
produtivo social.
A partir deste início promover sua inserção sistêmica
em todos os níveis dos processos que conduzem à tomada de decisões
simples a complexas.
Capítulo 36:
Promoção do Ensino, da Conscientização e do Treinamento.
a) Reorientação do ensino no sentido do desenvolvimento sustentável;
b) Aumento da consciência pública;
c) Promoção do treinamento.
Este capítulo começa destacando a necessidade de reorientação
e diz que tanto o formal como o informal, no escopo de toda capacitação,
formação, educação e treinamento, deve considerar
e ser reconhecido como um processo pelo qual os seres humanos e as sociedades
podem desenvolver plenamente suas potencialidades.
Desde nossa perspectiva, esse é o ponto mais importante a ser entendido
e atendido.
A consciência pública se constitui no ponto máximo e eixo
central para o progresso humano e como conseqüência o desenvolvimento
social, econômico e cultural da sociedade como um todo. Partindo dessa
premissa, entendemos que o ensino se coloca como a base principal de um processo
construtivo de ética e consciência social. Ainda que o caminho
inicial seja a educação básica, o processo de construção
da ética e a consciência social não têm limite.
A educação informal dentro de qualquer estabelecimento (escola,
fábrica, associações, etc.) assim como na família
e comunidade, é indispensável e deve acontecer de forma simultânea
com a educação formal, provocando assim a socialização
do conhecimento, da discussão e da participação individual
para o coletivo e do coletivo ao individual, promovendo assim as mudanças
de condutas e a participação ativa da sociedade para a sustentabilidade
e o desenvolvimento presente e futuro.
A EDUCAÇÃO E O DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL
Em
1948 surgiram na Europa as primeiras discussões sobre a questão
dos recursos naturais, incluindo-se a educação.
Somente em 1972, em Estocolmo, na Conferência das Nações
Unidas sobre Meio Ambiente Humano surge a Educação Ambiental multi
e interdisciplinar.
Em 1975 se celebra a Carta de Belgrado, onde se estabelecem diretrizes básicas,
objetivos e metas para a Educação Ambiental.
Em 1977, em Tblisi (Geórgia), acontece a Conferência Intergovernamental
sobre Educação Ambiental, que resulta numa Declaração
de Princípios, 41 recomendações, objetivos, funções
e estratégias para o desenvolvimento da Educação Ambiental
ampla e em todos os níveis.
Desde os anos 80, intelectuais e diferentes grupos e movimentos da sociedade
civil colocam em discussão, entre outras coisas, a Educação
Ambiental como um caminho favorável e pró-ativo para a construção
da consciência e para a proteção ambiental em toda sua extensão.
Define-se então a Educação Ambiental como um espaço
e exercício da cidadania, já que a população é
a maior prejudicada pelas ações degradantes do meio ambiente,
sendo assim um direito coletivo. Aparecem, então, critérios de
responsabilidades políticas, públicas e privadas. Definem-se as
crises ambientais contemporâneas e seus riscos.
A Assembléia Geral das Nações Unidas, em 22 de dezembro
de 1989, realizada com o objetivo de discutir e elaborar estratégias
que poderiam vir a quebrar e reverter os efeitos da degradação
ambiental no planeta, através de um programa global, consenso entre as
organizações internacionais governamentais e não governamentais,
culminou na Conferência das Nações Unidas Sobre Meio Ambiente
e Desenvolvimento, realizada de 3 a 14 de junho de 1992, na cidade do Rio de
Janeiro, chamada de “Eco-92” ou “Rio-92”, resultando
no tratado denominado “Agenda 21”.
O
treinamento e a capacitação continuada dos Educadores formais
e informais se constituem como atores principais para o Desenvolvimento Sustentável.
“ Saúde Pública é a ciência e a arte de
prevenir doenças,
prolongar a vida e promover a saúde e a eficiência física
e mental
através dos esforços organizados, visando ao saneamento do meio,
ao controle das infecções na comunidade,
à educação do indivíduo nos princípios da
higiene pessoal,
à organização dos serviços médicos e de enfermagem
para o diagnóstico precoce e o tratamento preventivo das doenças
e ao desenvolvimento da máquina social que
garantirá, para cada indivíduo da comunidade,
um padrão de vida adequado à manutenção da saúde”
Winslow
"
É a ciência e arte de promover, proteger e recuperar a saúde
física e mental
através de medidas de alcance coletivo e motivação da população."
CARTA DE OTAWA
“
A promoção da saúde consiste em propiciar aos povos os
meios para melhorar sua saúde e exercer um maior controle sobre a mesma.
Para alcançar um estado adequado de bem estar físico, mental e
social, um indivíduo ou grupo deve ser capaz de identificar e realizar
suas aspirações, de satisfazer suas necessidades e de muda rou
adaptar-se ao meio ambiente.
O conceito de saúde, como bem-estar, transcende a idéia de formas
de vida sadias”.
“As condições e requisitos para a saúde são a paz, a educação, a moradia, a alimentação, a renda, um ecossistema sustentável, a justiça social e a eqüidade”.
“A promoção da saúde exige a ação coordenada
de todos os implicados: os governos, os setores sanitários, sociais e
econômicos, as organizações não governamentais, as
autoridades locais, as indústrias e os meios de comunicação”.
Carta de Otawa
Resolução da I Conferência de Promoção da
Saúde realizada no Canadá, em 1986.
PRESSÕES DEMOGRÁFICAS E SUSTENTABILIDADE
A
Agenda 21, em seu Capítulo 5 coloca a questão sobre a relação
dos recursos naturais, a produção e o crescimento demográfico.
5.1: Áreas de Programa:
a) Desenvolvimento e difusão de conhecimentos sobre os vínculos
entre tendências e fatores demográficos e desenvolvimento sustentável;
...
5.2: Tendências e fatores demográficos e desenvolvimento sustentável
têm uma relação sinérgica;
5.3: O crescimento da população mundial e da produção,
associado a padrões não sustentáveis de consumo, aplica
uma pressão cada vez mais intensa sobre as condições que
tem nosso planeta de sustentar a vida. Esses processos interativos afetam o
uso da terra, a água, o ar, a energia e outros recursos. As cidades em
rápido crescimento, caso mal administradas, deparam-se com problemas
ambientais gravíssimos. O aumento do número e da dimensão
das cidades exige maior atenção para questões de Governo
local e gerenciamento municipal. Os fatores humanos são elementos fundamentais
a considerar nesse intrincado conjunto de vínculos; eles devem ser adequadamente
levados em consideração na formulação de políticas
abrangentes para o desenvolvimento sustentável. Tais políticas
devem atentar para os elos existentes entre as tendências e os fatores
demográficos, a utilização dos recursos, a difusão
de tecnologias adequadas e o desenvolvimento. As políticas de controle
demográfico também devem reconhecer o papel desempenhado pelos
seres humanos sobre o meio ambiente e o desenvolvimento. É necessário
acentuar a percepção dessa questão entre as pessoas em
posição de tomar decisões em todos os níveis e oferecer,
de um lado, melhores informações sobre as quais apoiar as políticas
nacionais e internacionais e, de outro, uma estrutura conceitual para a interpretação
dessas informações.
Ainda
que esta análise seja correta, necessitamos entender que existe um componente
essencial a ser analisado que é a distribuição dos bens
produzidos globalmente. 80% dos bens produzidos no planeta são consumidos
e usufruídos por 20% da população, o que significa que
restam 20% para serem consumidos por 80% da população.
A informação é base fundamental para todo processo de análise
e a análise crítica base para toda conclusão que nos leve
à promoção de políticas e ações que
garantam a qualidade de vida presente e futura.
Por
que essa disparidade entre consumo-usufruto-população?
A quem o crescimento demográfico global e local beneficia?
As
pressões demográficas já superaram a capacidade de suporte
do planeta
e são consideradas insustentáveis.
10 a 15% do tempo produtivo de cada pessoa são perdidos por causa de doenças e transtornos produzidos por águas contaminadas e poluição.
Despejos industriais líquidos e sólidos, quando manuseados, depositados e segregados de maneira incorreta ou em exposição humana – ocupacional ou não , provocam agressões e efeitos na saúde podendo provocar sérios danos a médio e longo prazos.
As doenças de veiculação hídrica são as causas de 60% das internações hospitalares em geral e 65% das internações de crianças.
No Brasil, a falta de saneamento básico provoca a morte de 20 crianças a cada 24 horas.
Por cada R$ 1,00 aplicado em saneamento básico, se poderia poupar R$ 2,50 em gastos com saúde. Esta diferença poderia reverter em melhoria dos serviços e da qualidade de vida da população.
A
poluição do ar em São Paulo provoca a morte de oito pessoas
por dia.
A média de atendimentos diários por causa da poluição
do ar pode chegar a 10.000 (não há registros específicos).
O meio ambiente condiciona em 75% a estabilidade da saúde e o envelhecimento.
O estresse urbano provoca sérias alterações que influem
na conduta, no comportamento e na produtividade.
As enchentes propiciam o aparecimento de vetores.
O Dengue se instala em todas as regiões urbanas.
Radiações de celulares, televisores e monitores, quando não
utilizados correta e racionalmente, causam problemas de saúde.
Agrotóxicos contaminam as águas e se incorporam aos produtos vegetais
de consumo alimentar.
A sedução, indução e pressão de consumo somadas
à falta de educação nutricional provocam a desnutrição
e até doenças.
Muitos outros fatores provocam problemas de saúde, podendo até provocar a morte, como:
A falta de saneamento básico e a ineficiência dos sistemas.
Animais domésticos e especialmente cachorros, quando não são
bem tratados e atendidos.
O lixo, além de seus efeitos poluentes.
O consumo de alimentos vencidos e em mal estado.
A disposição inadequada de resíduos.
A água contaminada.
Gases e materiais particulados provenientes da queima de combustiveis e de queimadas.
.
A má qualidade de vida é o maior problema ambiental.